No passado dia 20 de Agosto de 2010 o CREOULA cruzou-se com o paquete FUNCHAL no rio Tejo a montante de Belém.
Este encontro tem algum significado histórico, pois existe uma ligação entre os dois navios: tanto o CREOULA como o FUNCHAL foram mandados construir pelo armador Vasco Bensaude, o CREOULA em 1936 para a Parceria Geral de Pescarias, o FUNCHAL em 1958 para a Empresa Insulana de Navegação, ambas as empresas de propriedade Bensaude.
Passados todos estes anos, não deixa de ser relevante o facto de o Sr. Vasco Bensaude ter mandado construir navios tão carismáticos e de qualidade que conseguiram sobreviver ao desafio do tempo.
O CREOULA navega há 73 anos sempre com o mesmo nome e bandeira. O FUNCHAL é um dos poucos navios de passageiros clássicos ainda em serviço e que nunca viu o seu nome alterado. Há 49 anos que navega e mantém hoje a mesma bandeira de 1961, a portuguesa, sendo de facto o derradeiro exemplar da frota de paquetes portugueses que em meados da década de 1960 chegou a contar com 26 unidades.
Para além da origem Bensaude comum, tanto o FUNCHAL como o CREOULA são sobreviventes e sobretudo, navios de sorte, pois de facto, em diversas fases da vida de cada um, o factor sorte foi determinante para a continuidade da vida activa respectiva. Sabemos que os navios não são eternos e que estes já ultrapassaram largamente a esperança de vida média, mas são navios tão bonitos e tão cheios de significado para Portugal que de facto deveriam durar para sempre...