2010-09-17

Primeira viagem do SANTA MARIA MANUELA




O SANTA MARIA MANUELA efectuou a primeira grande viagem de treino de mar após reconversão do navio pela empresa Pascoal.
O irmão gémeo do CREOULA largou de Aveiro a 1 de Agosto para Hartlepool, Inglaterra, onde esteve atracado de 7 a 11 de Agosto participando nas actividades da Sail Training Association.
Em seguida visitou os portos holandeses de Ijmuiden, Amsterdam (19 a 23 de Agosto) e o porto alemão de Bremerhavem (25 a 29 de Agosto) após o que esteve em Oslo (2 a 8 de Agosto). O navio acaba de entrar em Viana do Castelo (17-09 a 19-09) após o que regressa a Aveiro.
Fotografias diversas do SANTA MAREIA MANUELA em Ijmuiden, Bremerhaven e Oslo retiradas do blogue do SMM que recomendamos.
Texto de Luís Miguel Correia - 2010

2010-09-13

SANTA MARIA MANUELA no Norte da Europa


O SANTA MARIA MANUELA está de regresso a Portugal nesta primeira viagem de treino de mar depois da entrada em Lisboa a 11 de Maio de 2010 para homenagear o Papa Bento XVI.
Hoje o navio está a descer o Canal da Mancha, procedente de Oslo, onde esteve atracado de 2 a 8 de Setembro, a promover produtos alimentares portugueses. O próximo porto  será Viana do Castelo, antigo porto de armamento do lugre bacalhoeiro SANTA MARIA MANUELA, nos velhos tempos da Empresa de Pesca de Viana. A entrada em Viana está prevista para as 7h00 de 17 de Setembro e a largada ao fim da tarde de 19 de Setembro.
Texto de Luís Miguel Correia - 2010

2010-09-06

Entrada no Tejo



Depois de um Domingo (5 de Setembro) fundeado em Sesimbra, o CREOULA passou a noite no mar para se fazer à barra do Tejo logo ao amanhecer, no final de mais uma viagem de treino de mar que levou um grupo de 47 jovens até Ceuta.
O CREOULA passou a ponte 25 de Abril pouco depois das 8h00 de 6 de Setembro de 2010 e atracou na Base Naval de Lisboa por volta das 9h00, contando com o auxílio dos rebocadores ALA e ALERTA.
Fotografias de Luís Miguel Correia - 2010

CREOULA no Tejo 31-08-2010




O CREOULA largando de Lisboa a 31 de Agosto de 2010 na viagem a Ceuta.
Fotos de Luís Miguel Correia - 2010

Diário de viagem a Ceuta


A actual viagem do CREOULA Lisboa - Ceuta - Sesimbra - Lisboa, a decorrer de 31 de Agosto a 6 de Setembro de 2010 pode ser "acompanhada" atravez de um blogue publicado pelos instruendos retratanto experiência de vida a bordo. Ver aqui,,,

CREOULA em Ceuta


Imagem do LOCALIZATIDO mostrando o CREOULA atracado no porto de Ceuta na manhã de 2 de Agosto de 2010, onde entrou nessa manhã ido de Lisboa em viagem de instrução.
O navio larga a 3 para Sesimbra (5-09) e Lisboa (6-09).

2010-09-02

CREOULA com contentores e casinhas

Uma das formas como gosto de ver e fotografar o lugre CREOULA é enquadrá-lo na paisagem e explorar os contrastes de um veleiro cheio de experiência versus a modernidade da cidade portuária, neste caso Lisboa: aqui vai o CREOULA rumo a Ceuta a 31 de Agosto de 2010, passando ao lado do terminal de contentores de Alcântara, com o colorido das unidades de carga misturados com o casario das janelas verdes...
Fotografia e texto de Luís Miguel Correia - 2010

CREOULA no Tejo 2010-08-31


O CREOULA saiu de Lisboa para mais uma viagem de treino de mar no dia 31 de Agosto de 2010, desta vez com rumo a Ceuta. A bordo um grupo de jovens de ambos os sexos à descoberta do mar e deste belo navio que há 73 anos serve Portugal. 
A beleza do CREOULA enquadra-se em termos de perfeição na paisagem magnífica do estuário do Tejo, como se pode ver nestas imagens de pormenor.
Texto e imagens de Luís Miguel Correia - 2010

Acerca do ARGUS

A Campanha do ARGUS (por David Azevedo Lopes in Diário de Notícias, 26 Abril 2009)
Na passada segunda-feira, dia 6 de Abril, uma chuva mansa e silenciosa trouxe do mar o mais mítico navio português da século XX. Regressou ao País quase anónimo, puxado por um rebocador espanhol que o resgatou das latitudes do Sul e de um tribunal que por arresto o leiloou em Aruba.
Diz quem sabe que ao partir, vendido, em 1975, levou as lágrimas de milhares de homens do mar e virou a última página da maior aventura portuguesa do século passado: a faina do bacalhau nos mares do Norte. Vestiu-se depois de madeiras que nunca tinha conhecido. Camarotes com casas de banho, que nunca houvera visto, bares e música para servir e animar nas Caraíbas os turistas maravilhados por este lugre de quatro mastros de novo baptizado como Polynesia.
Quando rumei à Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, avisaram-me que iria encontrar um navio desfigurado, transformado profundamente pela sua segunda vida, talvez perdido e estragado para sempre. Regressei com a ideia contrária. Foi quem o pôs a navegar do outro lado do mundo que o salvou, mesmo que hoje pareça um destroço. Foi quem lhe deu destino, que sem intenção, preservou uma peça insusbstituível da história portuguesa que muitos desconhecem e alguns desprezam. Como não compreender quem advoga que a dimensão e a grandeza de um povo e de um país tem na sua essência o modo como vive e promove a sua cultura. Somos um país de uma riqueza marítima incomensurável, com um traço destintivo e identitário ligado ao oceano, caminho para construir um posicionamento de modernidade e de diferenciação. Somos a maior nação oceânica da Europa e uma das maiores do mundo. E somos também capazes de não saber o que fazer com isso. Utilizamos timidamente os recursos do mar e os nossos portos. Temos uma das mais baixas taxas de navegação de recreio da europa ocidental. Um país onde quem tem um barco, por mais pequeno que seja ou é rico ou é considerado como tal. Não temos nas nossas escolas básicas e secundárias disciplinas ou actividades que nos liguem ao mar. E até a ideia da nossa Expo 98 e dos seus Clubes do Mar, bem como todo o investimento que aí foi feito, desapareceu e não voltou a dar à costa. Dizemo-nos um país de marinheiros, mas não é verdade. Os portugueses não vão ao mar , vão à praia.
E é por isso, e por ser tão evidente que a economia do mar é a nossa maior oportunidade e vocação, que quase não se estranha que dois empresários, Aníbal Paião e João Vieira, donos da empresa Pascoal, desde sempre ligados à pesca e ao comércio do Bacalhau, tenham nas mesmas semanas em que amarguradamente discutíamos a crise e o eventual afastamento da selecção portuguesa da fase final do Mundial da África do Sul, rumaram ao Caribe e do seu bolso resgataram o Argus de todos nós. Talvez também não se saiba que estes mesmos empresários, no próximo mês de Outubro e após anos de luta e alguns milhões de euros de investimento privado, irão concretizar um outro sonho: colocar a navegar, totalmente recuperado o navio Santa Maria Manuela, navio gémeo do navio Creoula da Marinha Portuguesa, ambos construídos em Lisboa em 62 dias no ano de 1937. De repente Portugal, desanimado, distraído e desfocado, ganha uma frota única no mundo. Três veleiros de quatro mastros. E que são mais do que três navios. São a expressão de que nada acontece por acaso e que só com trabalho, visão e paixão, nos tornamos melhores e actuamos na nossa predestinação.
A meio do século passado alguns milhares de portugueses enfrentavam nos mares do Norte uma das mais difíceis jornadas de trabalho e de sobrevivência que a humanidade conheceu. Os verdadeiros super-homens não são os da Marvel ou de Hol- lywood. Foram os pescadores portugueses que pescando à linha e em pequenas embarcações de madeira, passavam seis meses sozinhos no meio do mar. Uma jornada tão dura que quem a fizesse ficava livre do serviço militar obrigatório e dos seus quatros anos de duração.
Somos, no entanto, já filhos de outro tempo e é por isso que a inspiração de homens como Anibal Paião e João Vieira nos podem fazer acreditar que afinal, a crise somos nós.
Naquele dia cinzento de Abril algumas centenas de pessoas e familias inteiras e bloguistas correram a Ílhavo para ver que o navio não era fantasma. A notícia correu célere . Ainda bem que não sou editor televisivo. Arriscar-me-ia a ter uma fraca audiência, abrindo as notícias com este navio chegado da bruma.
Texto de Abril de 2009. Fotografias de Agosto de 2010. Imagens / Images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia