No passado dia 10 de Maio de 2012 celebrou-se o 75º aniversário do lançamento à água de dois lugres bacalhoeiros, os navios irmãos-gémeos CREOULA e SANTA MARIA MANUELA. Construídos nos então Estaleiros da CUF, na Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa, foram ambos lançados à agua na mesma ocasião, em primeiro lugar o SANTA MARIA MANUELA e uns minutos depois, o CREOULA. Esta cerimónia, que foi pública, contou com a presença do Presidente da República, General Óscar Carmona, e de muitas personalidades do regime do Estado Novo e foi abrilhantada com a presença da Banda da Armada, tendo na ocasião sido prestadas honras militares por uma companhia de Marinha proveniente do N. E. SAGRES.
O CREOULA foi adquirido pelo Estado em 1979 para ser um museu de pesca, mas acabou por ser recuperado e modificado para navio-escola, sendo hoje operado pela Marinha, em benefício da nossa juventude, como “navio de treino de mar”.
O SANTA MARIA MANUELA foi adquirido pela firma Pascoal & Filhos e alvo de grandes reparações e transformações, podendo hoje ser utilizado como navio de “treino de mar”, ou como base de apoio à investigação científica. A meritória iniciativa desta firma, que já adquiriu o casco do ARGUS e, curiosamente, foi fundada também em 1937, significou já um investimento de muitos milhões de euros; é uma acção de registar e louvar, pois permitiu salvar da sucata um testemunho vivo da nossa cultura e da gesta marítima portuguesa do 2º quartel do século XX.
Uma deputação da Confraria Marítima de Portugal, liderada pelo seu Presidente da Direcção, V/Alm Alexandre da Fonseca, esteve a bordo do SANTA MARIA MANUELA onde numa singela cerimónia foram oferecidos escudetes da Confraria, personalizados com uma legenda alusiva, aos atuais Comandantes dos dois navios, atracados no cais da Marina do Parque das Nações, um atrás do outro. Nas palavras então proferidas, o V/Alm Alexandre da Fonseca assinalou a importância da nossa frota bacalhoeira no passado, assegurando a recolha de significativas quantidades de pescado e contribuindo assim para a autonomia e para a segurança alimentar de então; foi também sublinhada a importância destes dois navios no presente e no futuro, pela sua acção didática e pedagógica, contribuindo para a “alfabetização marítima” da nossa juventude e desta forma para propiciar um novo regresso de Portugal ao Mar, que já se vai tornando num novo desígnio nacional. Os dois escudetes foram entregues em simultâneo ao Capitão da M.M. São Marcos, Comandante do SANTA MARIA MANUELA e ao Cfrag. Cornélio da Silva, Comandante do CREOULA.
Estiveram presentes nesta cerimónia alguns oficias dos dois navios e várias personalidades, entre as quais, os C.m.g. Themes de Oliveira e Rodrigues Pereira, os Capitães da Marinha Mercante, Spínola Pitta, Correia Marques, Jara de Carvalho e Esteves Cardoso, o Dr. Lemos Roque, os Engºs Ribeiro e Castro, Sousa e Sá, Teófilo Tenreiro, Martins Gomes e Josué Júnior e os Srs. Albano do Carmo, Luís Miguel Correia e Carlos Menezes Pitta.
Seguiu-se um agradável momento de convívio e confraternização, a convite do Comandante do SANTAMARIA MANUELA, e uma visita ao CREOULA, a convite do seu Comandante.
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