O assentamento da quilha do CREOULA e do seu irmão gémeo SANTA MARIA MANUELA, ocorrido a 3 de Fevereiro, foi noticiado na edição de 5 de Fevereiro de 1937 do Jornal do Comércio com uma pequeníssima mas curiosa peça com 12 linhas intitulada ESTALEIRO DO PORTO DE LISBOA:
"Começou ontem no estaleiro da Administração Geral do Porto de Lisboa a construção de dois navios-motores que se destinam à pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova e da Islândia. Trata-se de navios com casco de ferro e propulsão mista mecânica e à vela.
Este acontecimento de grande importância económica, social e política presta-se a tirar dele consequências capazes de nos orgulharem em parte e completamente nos satisfazerem."
Apesar da originalidade óbvia, a notícia não é exacta: os navios destinavam-se à pesca na Terra Nova e Gronelândia e os cascos respectivos eram de aço "Siemens", e não de ferro. Três quartos de século mais tarde, o CREOULA e o seu irmão continuam a a ser uma fonte de orgulho e a satisfazerem honrosamente missões de redescoberta do Mar Português. A pesca há muito que deu lugar ao treino de mar e ao apoio à investigação científica, e ambos os navios são referências no mundo dos grandes veleiros.
A primeira das fotografias foi tirada de bordo da SAGRES a 3 de Fevereiro de 2012; a segunda mostra o local das antigas carreiras de construção do estaleiro da Rocha, onde há 75 anos se iniciaram as construções dos lugres CREOULA e SANTA MARIA MANUELA. As carreiras foram desmontadas h]a alguns anos depois de se ter deixado de construir navios naquele estaleiro, aberto em 1899 e ainda utilizado, para reparação naval.
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